Logo que as crianças começam a andar, é esperado que passem parte do tempo
andando na ponta dos pés, porém após os 3 ou 4 anos, esse padrão na ponta dos pés deve
ir diminuindo de maneira progressiva.

Quando nos deparamos com uma criança com marcha na ponta dos pés persistente
além dos 3 ou 4 anos de idade, a avaliação ortopédica é indispensável. Além disso, casos
de dor, desconforto ao andar, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, rigidez muscular
também são importantes de serem avaliados em qualquer fase do desenvolvimento.

No geral, a marcha na ponta dos pés pode ser de causa congênita (o tendão nasce
mais encurtado), associada a alterações neuromusculares ou devido a alterações
sensoriais, ou ainda, pode ser de causa idiopática, desconhecida, afetando crianças sem
outras alterações associadas.

O diagnóstico vai envolver o exame físico completo e, às vezes, exames
complementares, como exames de imagem, análise de marcha ou até mesmo
eletroneuromiografia dos membros inferiores.

O tratamento vai depender da causa e da gravidade e pode ir desde tratamento
conservador com fisioterapia e uso de órteses até o uso de gessos seriados, aplicação de
toxina botulínica ou até abordagens cirúrgicas.